O material da escavação mesmo triturado precisa ser retirado. Não
sabemos
quanto % vai sair na nossa esquina e quanto na PUC. Segundo o
fabricante o
trabalho é silencioso mas quem mora perto do buraco pode "sentir
alguma
coisa." Imagine 24 horas por dia o barulho das retros, do guincho
elevador,
a descarga das caçambas nos caminhões, a manobra dos caminhões etc.
Alem
disso a poeira e confusão no transito causada pelo caminhões
Repasso esta propaganda do fabricante da máquina que esta vindo para
o
Brasil. É interessante.
Leiam antes o texto e depois assistam ao
vídeo no link.
(PROPAGANDA DO MINHOCÃO) - EXPLICAÇÕES SOBRE O EQUIPAMENTO
Na
Venezuela, ele é Minhocão. Na Alemanha, já se chamou Big John. Na
Rússia, não
lhe deram nome, mas na Austrália ficou conhecido por
Toupeira. Quando
desembarcar no porto do Rio, em meados do mês que
vem, o Tatuzão – como foi
apelidado em território nacional – se
juntará a um exército de outros 900
conterrâneos espalhados mundo
afora na furiosa atividade de escavar os
recôncavos do subsolo em nome
do progresso.
Diante da perspectiva de
que a Terra terá em breve 9 bilhões de
pessoas – dois terços delas vivendo
nas cidades –, alternativas à
ocupação da superfície do planeta se tornaram
urgentes. O subsolo
virou a solução para controlar o acúmulo de gases
poluentes na
atmosfera, reduzir o tráfego e desafogar as metrópoles. Numa
cidade
que vai sediar a Copa e a Olimpíada, sobre a qual paira o espectro
de
um vexame internacional de mobilidade urbana, a necessidade de
arrumar
a casa é catapultada às alturas – e passa pelo
subterrâneo.
Assim, o governo do Rio de Janeiro encomendou, por 100
milhões de
reais, seu tatu particular para tirar do papel o projeto de uma
malha
metroviária que data dos anos 70. Desde então, foram
construídos
apenas 40 quilômetros de metrô na capital fluminense, onde cerca
de 1
milhão de pessoas utilizam o transporte público diariamente.
Em
Brasília, a malha metroviária tem menos de dez anos e é mais longa.
Em
São Paulo, ela tem o dobro do tamanho da carioca.
Desta vez,
prometem os comunicados das assessorias de imprensa do
estado, parte do metrô
se materializará 12 metros debaixo da terra, em
tempo recorde e sem alarde.
Os 5,7 quilômetros que separam Ipanema de
São Conrado, cortando a Gávea e o
Leblon – uma área em que a maioria
dos moradores tem carro próprio –, devem
ser concluídos até dezembro
de 2015, afirma o governo.
Há quarenta
anos, tatuzões esburacam o solo brasileiro de norte a sul,
mas, pela primeira
vez, o país terá uma máquina cavadora de túneis com
essas proporções. Ela
terá o mesmo tamanho da engenhoca usada nas
obras de expansão do metrô de
Barcelona e é apenas um pouco menor do
que a usada no túnel sob o rio
Yang-tse, na China.
Produzido na Alemanha, o Tatuzão é um cilindro de 120
metros de
comprimento e 11,5 metros de diâmetro – altura equivalente à de
um
prédio de quatro andares –, e peso igual ao de 400 elefantes.
É
composto por 90 mil partes móveis e sua frente é formada por uma
enorme
placa arredondada incrustada de discos giratórios, o que lembra
uma pizza
dentada rodando como as pás de um ventilador. Pressionados
contra uma
superfície rochosa, os discos trituram a pedra, que é
levada por uma esteira
rolante pelo teto do cilindro até contêineres
na entrada do túnel. Dali, os
detritos são retirados por
retroescavadeiras, que fazem a desova num terreno
longínquo.
“A máquina do Rio é especial. Além de triturar dois tipos
distintos de
formações geológicas – rocha e areia –, ela é um paradigma
de
engenharia no país”, disse em português sem sotaque o alemão
Juan
Manuel Altstadt, diretor da Herrenknecht, a maior fábrica de
máquinas
para túneis do mundo, que produziu o Tatuzão. “Se faz barulho?
Nenhum.
Mas quem mora em frente ao buraco pode sentir alguma coisa”,
advertiu.
Com pressão, temperatura e quantidade de oxigênio reguladas
por
computadores, o interior do Tatuzão lembra uma fábrica. Há
escadas,
refeitórios, banheiros e até refúgios blindados contra
incêndios,
desmoronamentos e terremotos. Uma dezena de funcionários se
revezará
em três turnos no fundo da caverna operando o equipamento. Até a
tinta
escolhida para seu revestimento tem função prática: é biodegradável
e
propositadamente branca para brilhar na escuridão.
Por dia, o
Tatuzão escava de 15 a 18 metros de túnel – quatro vezes
mais do que o
conseguido há duas décadas. À medida que o cilindro
avança destruindo o que
encontra pela frente, a própria máquina
instala anéis gigantes de concreto
firmados com uma liga de aço para
montar a estrutura de sustentação das
paredes do túnel.
Há 2 mil anos, os romanos cavaram um túnel de 1 500
metros ligando
Nápoles à vila de Pozzuoli, no sul da Itália. Aqueciam as
rochas
vulcânicas com fogueiras, quebrando-as com o choque térmico de
água
gelada. Séculos se passaram até que surgissem bananas de dinamite
e
mineiros armados com enxadas e pás, condenados à morte precoce
por
problemas respiratórios ou acidentes fatais comuns durante as
obras.
No começo do século XIX, o engenheiro Marc Brunel sonhava em
construir
um túnel sob o rio Tâmisa, na Inglaterra. Em uma ocasião,
observando
uma larva corroendo parte da estrutura de um barco, percebeu que
o
bicho engolia a madeira e excretava uma substância que funcionava
como
um escudo encobrindo o caminho percorrido. Assim, nasceu a ideia
da
primeira tuneladora da era moderna. Construído entre 1825 e 1843,
o
túnel feito por Brunel, com 400 metros de extensão, foi o primeiro
do
mundo escavado por máquinas embaixo d’água.
Estudiosos do assunto
afirmam que, além da engenharia primorosa, o
segredo do sucesso dos tatuzões
alemães é a composição de suas ligas
de aço, também feitas de cromo e
manganês. Em uma entrevista em 2008,
o fundador da fábrica que os produz,
Martin Herrenknecht, disse que a
fórmula exata do material é “assunto
privado” – “assim como uma escova
de dentes ou uma namorada”.
Eles já
furaram as areias do Catar e o solo de mármore da Malásia,
passaram um túnel
sob o estreito de Bósforo, na Turquia, no meio das
catacumbas em Roma e ao
largo das Pirâmides do Egito. É deles o maior
túnel do mundo, o de São
Gotardo, que liga a Suíça à Itália, numa
linha de 57 quilômetros escavada por
dentro dos Alpes. A obra levou
quinze anos para ser finalizada. O projeto
mais ambicioso da empresa é
construir o maior dos tatus, com 19,25 metros de
diâmetro, para unir
os dois lados de São Petersburgo, na Rússia, passando por
baixo do rio
Neva.
Até os anos 70, as tuneladoras tinham destinações
específicas. Havia
uma para cavar rocha, outra para areia, outra para
trabalhar sob a
água. Recém-formado em engenharia pela Universidade de
Konstanz,
Herrenknecht pediu 20 mil dólares emprestado à mãe e passou
a
trabalhar no protótipo do que viria a ser sua criação maior, até
hoje
sem concorrente. Inventou uma máquina híbrida capaz de roer de
granito
a areia em condições de temperatura e pressão extremas. A partir
daí,
não houve mais rios, montanhas, cidades, mares, pedras ou gelo
imunes
aos tatus alemães.
Atualmente, o Tatuzão carioca navega aos
pedaços pelo oceano Atlântico
rumo ao Rio de Janeiro. A máquina foi
desmontada e distribuída em
vinte contêineres, além de dezenas de peças
avulsas. Quando chegar de
navio ao Brasil, só sua remontagem vai demorar
cinco meses. Ao final
da escavação, depois de dois anos de trabalho
ininterrupto, ele volta
a ser o amontoado de peças de um quebra-cabeça. Se
ainda aguentar o
tranco, deve ser aproveitado na escavação até a Barra da
Tijuca. Caso
contrário, vai ser aposentado e revendido em fatias por um
preço
camarada para a fabricante alemã.
http://www.herrenknecht.com/projects/gotthard-base-tunnel.html